Meus dedos correm pelo papel
como o meu sangue pelos meus braços
e sonhos saem em tortos traços
na amarga vida de doce fel.
Se no papel eternizo a tinta,
vou constuindo em tudo mistérios,
transformo assuntos, quem sabe, sérios,
em fatos bestas da minha vida.
E passo o dia na dor imerso
e traz a noite toda tristeza,
se alguém declama com mais frieza,
não faço guerra, só faço versos.
(In: Perfume do Tempo - 2004/2005)
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