sábado, 19 de março de 2011

AO PAI DA MATÉRIA

 
Entra em campo o maestro da rádio do povo,
craque no corre-corre da bola no jogo,
pimba na gorduchinha e ripa na chulipa,
cantarola poeta que a massa se agita.


Com mágicas palavras e a boca contente,
a torcida te aplaude, profeta da voz.
Democrata fiel, não te esqueças de nós
nas gerais dos estádios te amando pra sempre.


Porta-voz da Nação oprimida e calada
nos palanques e estádios, guerreiro da luta
brasileira de causa desproporcionada,
vinte anos sob a égide da força bruta.


Calou-se o microfone e a torcida parou.
“Parou por quê? Por que parou?” - diz ele alegre.
“Continuo fazendo o que gosto, até breve”,
“é fogo no boné do guarda e . . . ííííííí . . . quííííííí . . . goooooool”.


(In: O Perfume do Tempo - 2004/2005)

Nenhum comentário:

Postar um comentário