domingo, 15 de maio de 2011

TRAVESSEIRO

Travesseiro, companheiro,
Em ti deito-me em presságios,
Meus remorsos, meus amores
E um coração incansável.
Testemunha de absurdos,
De fatos inconfessáveis,
De casos indecifráveis
Guardados no quarto escuro
E frio da minha memória
O resto... é só história.

Travesseiro, velho amigo,
Um quase colo de mãe,
Meu gosto mais atrevido
Em sonho se decompõe.
Se choro de madrugada
Não me entendas mal, talvez
Me limpe da estupidez
De forma dissimulada.

Depende do teu respaldo
Este semblante cansado.

Confesso não ser feliz,
Bem perto da tua orelha.
Amigo, quem é que diz
Ser feliz a vida inteira?
Vislumbro todo o silêncio
Que guardas feito um divã,
Travesseiro, companheiro,
Te vejo pela manhã.

 (In: Versorragia Verborrágica 2006/2011)


2 comentários:

  1. Eita travesseiro bom né! Pudéssemos nós servirmos assim para outrem ,... tantos seriam poupados os problemas...

    gostei e ja fiquei viu!

    Catia

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  2. Oi amigo! Gostei do seu blog
    e vi que vc está seguindo o meu
    de músicas dos anos 80 rs. Se quiser
    seguir meu blog de poesias também,
    eu ficarei honrado, pois vou fazer
    um post sobre você e algumas de suas
    poesias lá no "Antes do Amanhecer".
    O link do meu outro blog é:
    bs-bg.blogspot.com

    Abço e parabéns!

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