Acabou o presunto.
A laranjada é a única esperança
para um estômago cavernoso.
O dia foi longo,
a noite é mais longa ainda,
mas a jarra vazia
- sobre a frígida pia –
explica tudo.
Acabou o leite,
se foi com ele a expectativa líquida
noturna.
Acabou o bolo,
o queijo,
o molho,
o beijo,
a sopa fria,
a pizza gelada,
o pudim de milho,
a broa amassada.
Só tem maionese e um pão sobre a
mesa,
casamento perfeito
entre o que há e o que se pode.
O estômago agradece
- na humildade –
todo alimento é sagrado
e quando dele precisamos
é que nos lembramos de olhar para
o céu e dizer:
Senhor, obrigado por tudo!
[ACORDOABSURDO - Vôgaluz]
Nenhum comentário:
Postar um comentário