sexta-feira, 8 de junho de 2012

LACUNA

entre mim e o tempo
há uma lacuna
espaço vazio
de vento e frio
de saudade
do calor do teu beijo

entre mim e o amanhã
há o medo
medo de ter medo
do medo
que afugenta o mais bravo leão

quando a noite vem
ninguém vem
quando as palavras somem
todos entendem
que a vida é abismo
caminho de pedras pontiagudas
brilhantes
onde sangram pés
cortados
arranhados
em desamor
em desarmonia
sem fé no dia a dia
e os dias se vão

ainda resta um coração aos pedaços
dividido entre as horas
entre a estrela e o punhal
no corte da carne quente
desta alma que sofre reprimida
transtornada pela vida

entre mim e a frustração
há uma granada
vislumbro meus braços cortados
servidos à mesa
enquanto meus olhos em desespero
esperam pelo talvez

(Canções para os intervalos)

4 comentários:

  1. Gostei de sua canção para os intervalos.
    Beijos!

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  2. Janice Adja, obrigado! Bjs. Vôgaluz

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  3. LINDO POEMA!!!
    A poesia é este entre que nos completa, é ponte, é rio que correr infinitamente...
    Abraços
    renata

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  4. Obrigado, Renata Bomfim! Tens total razão. Abraços. Vôgaluz

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