domingo, 19 de julho de 2015

UNE FEUILLE DE PAPIER

desses dias em que a saudade é tanta
que o coração tenta buscar
uma canção,
um sorriso,
um gesto que ficou no tempo
registrado na memória 
em aço e concreto armado,
eu quero um ano,
uma década,
um século
e, quem sabe, um segundo dos teus passos
percorrendo meus caminhos tortuosos,
enquanto me distraio
inventando um final feliz.
à noite,
quando o silêncio disse a que veio,
alguém pegou o livro com a minha história
e fez o maior estrago.
desde então,
ando perdido neste labirinto azul,
teimando à beira do precipício,
dando murro em ponta de faca.
só agora sinto
que o tempo passou,
o bonde passou,
que as palavras pesam e
que uma simples folha de papel 
queima em minhas mãos.

[Vôgaluz Miranda - ACORDOABSURDO]

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