domingo, 3 de abril de 2011

REFLEXÃO I

Escrevo as coisas da vida,
enquanto a vida me escreve
estória boba e comprida
que não se cumpre, se atreve
a verdades e mentiras
que a gente logo se esquece
encontros e despedidas
marcantes por serem breves.

Folha seca solta ao vento
entregue ao próprio destino,
falta-me o teu acalento,
mas sobrevivo tranquilo,
não acredito que o tempo
destrua em mim o menino
que segue sempre fazendo
o que acha belo e divino.

Ao porto volta o navio
e eu fujo da tempestade,
aceito por desafio
que o mar imenso me farte
de novidades sem brio
por erro chamadas de arte,
perdoem-me o desvario,
bobagens de minha parte.

(In: O Perfume do Tempo - 2004/2005)


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