Acordei no breu da noite
Levantei da cama fria
Perdido na madrugada
A casa estava vazia
Tremendo de desespero
Rezei pra Santa Maria
Nunca quis acreditar
Nas coisas que me diziam
Pediram-me paciência
Que tudo melhoraria
Era questão de urgência
Mentira sobre mentira
Meus olhos viram cansados
A face da hipocrisia
Naquilo que me contavam
Naquilo que me diziam
Alice foi enforcada
No país das maravilhas
A sorte estava lançada
Mas ela não saberia
Que a forca nada mais é
Que uma falsa artilharia
De tudo o que ela pensava
De tudo o que ela fazia
Minha história é diferente
Tem no beijo a primazia
De tudo o que me contaram
De tudo o que me diziam
Mas eu nunca acreditei
Jamais acreditaria
Numa mensagem de paz
Nascida da covardia.
(In: Canções para os intervalos - 2011)
* Pintura acima "a incredulidade de São Tomé", Caravaggio, 1599.
Gostei, muito agradável de ler. Parabéns pela postagem. Bjo!
ResponderExcluirZezinha Lins, muito obrigado pela gentileza. Abraços. Vôgaluz
ResponderExcluirMuito belo...harmonia do tecto com a pintura! Parabéns!
ResponderExcluirQuis dizer harmonia do texto com a pintura!
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